Trago
na boca a memória do meu fim
Texto
de Ricardo
Azevedo
Editora
Ática
“Descrita
e narrada de diante para detrás, parece ser a existência uma trama
mui bem urdida e concertada, uma cadeia de acontecimentos povoada de
tino, razão e siso onde tudo se encaixa. Vista, porém, de hoje
avante para o depois, que ainda não veio mas virá, torna-se ela uma
nebulosa vereda feita de inesperados sucessos, mistérios e
sobressaltos” (Trago
na boca a memória do meu fim, p.
175)
Trago
na boca a memória de meu fim constrói
o passado pela linguagem sem se desconectar do presente, em que
leitores autônomos se empolgam ao acompanhar as aventuras de seu
protagonista. Narrativa autobiográfica de um homem humilde que vive
no Brasil Colônia e que revisita, num texto marcado pelas
reviravoltas constantes, uma incrível jornada realizada quando era
muito jovem. O narrador é um ‘desimportante’ da História,
trazendo consigo uma das poucas vantagens dos invisíveis: serem de
tudo testemunhas sem, no entanto, serem notados. Os leitores mais
experientes escutam ecos de clássicos, de Dom
Quixote
a Macunaíma,
o herói sem nenhum caráter;
e os jovens se envolvem, talvez pela primeira vez, com um texto que
já nasce clássico em sua premissa de que o Brasil contemporâneo
espelha muito de seu passado.
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